René Redzepi, chef por trás da empreitada e tido como um dos mais brilhantes de sua geração, revelou nesta segunda-feira (9) ao The New York Times que o restaurante na capital dinamarquesa não oferecerá mais seu serviço regular a partir do fim do ano que vem.

O perfil oficial do Noma no Instagram também se pronunciou e deu mais detalhes da nova aposta.

"Para continuar sendo o Noma, devemos mudar. Portanto, queridos convidados e amigos, temos algumas novidades interessantes para compartilhar. O inverno de 2024 será a última temporada do Noma como o conhecemos. Estamos começando um novo capítulo; Noma 3.0", escreveu a conta.

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A partir de 2025, o Noma a a funcionar como um "enorme laboratório", com trabalhos voltados à inovação alimentar e desenvolvimento de novos sabores.

Por meio de carta aberta, René e sua equipe afirmam que o objetivo é criar uma organização dedicada ao trabalho inovador com alimentos e também redefinir as bases para uma equipe de restaurante.

"Servir os clientes ainda fará parte de quem somos, mas ser um restaurante não nos definirá mais", diz a carta.

A casa, porém, não descarta a ideia futura de funcionar de maneira temporária em localizações ao redor do mundo, incluindo uma temporada em Copenhague.

Ao The New York Times, o chef René Redzepi categorizou que o modelo moderno de refeições requintadas que ele ajudou a criar é "insustentável". "Financeiramente e emocionalmente, como empregador e como ser humano, simplesmente não funciona", disse ao jornal norte-americano.

Noma 2.0

O atual serviço do Noma ocupa uma locação descrita como "fazenda urbana", permeada por espaços abertos, arejados e madeiras de tons claros.

Com menus-degustação que chegam a US$ 500 (cerca de R$ 2.640 na cotação atual), o restaurante aposta desde sua abertura em conceitos e técnicas que fogem do comum, oferecendo assim uma verdadeira experiência gastronômica.

Caramelos em forma de estrela do mar e chocolate com especiarias do Noma / Daniela Filomeno
Caramelos em forma de estrela do mar e chocolate com especiarias do Noma / Daniela Filomeno

"A cada tempo uma nova surpresa, sabores que não reconhecemos, ingredientes que nunca ouvimos falar e técnicas diferenciadas. Tudo é tão diferente que, mais do que descrever exatamente o que tinha em cada prato, é ter a experiência observando todo o conceito", afirma a apresentadora do CNN Viagem&Gastronomia e grande especialista em gastronomia Daniela Filomeno, que visitou o Noma em 2019. 

O chef René Redzepi abriu as portas do restaurante em 2003 (em uma outra localização na capital dinamarquesa) durante uma época em que usar produtos sazonais, ter produção local e focar em atitudes sustentáveis não estavam em pauta.

O processo de fermentação cresceu dentro de seu menu e ocupou cada vez mais espaço entre suas criações, o que fez também a casa ser conhecida mundo afora como um verdadeiro laboratório - e, consequentemente, figurar nas listas de melhores do mundo.


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Noma, um dos melhores restaurantes do mundo, anuncia que fechará as portas em 2024 | CNN Brasil V&G